Salve-me quem puder



De sustos em surtos
vou me despencando por aí.
Piso em falso, tropeço,
e quase sempre
caio precipitadamente
em cada absurdo que me ronda.
Não há um mínimo de equilíbrio
no exagero dos meus
abismos fatais.
Quando algumas certezas
despencam em queda livre,
tudo o que consigo ver
é aquela sempre irremediável
falência múltipla de seguranças.

Mas como sempre há uma luz
no fim[!] do túnel,
lá do fundo do abatimento,
olho pra cima
e quero o teto.
E entre prostrações e desvarios
emerjo do despreparo do chão,
me pego pela mão...
e eu mesma me escolto!

Pois é assim que eu sou.

Primeiro eu sofro,
segundo eu morro.

Depois eu volto.


Helena Chiarello

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