Eu tenho
urgência da palavra.
Uma vontade incontrolada
de tornar respiráveis
todas as coisas
que se debatem
no lugar mais fundo
da vontade
e que nem sempre
conseguem chegar
à [minha] superfície.
Eu tenho uma vontade
que agita os braços
e se debate estrondosamente
tentando saber o verbo,
a tona,
o ar,
e que atravessa o oceano inteiro
com um poema à beira do grito!
...Mas nas vagas da inquietude
afogam-se a vontade,
o gesto,
a urgência,
a voz...
E apenas respiro
[ruidosamente]
o silêncio.
Helena Chiarello
Nenhum comentário:
Postar um comentário