Eternidade

Foto: Helena Chiarello - arquivo pessoal


Vem, não tardes,
Que minha hora é pouca.
Traz-me teus braços
Em manso abraço,
Toma-me o rosto entre as mãos.
Toca-me o coração cansado
E o acalenta com teu sorriso.
Esquece as palavras gastas
De outras velhas histórias.
Não são garantia de nada.
Dá-me somente teu olhar
E deixa-me ler em teus olhos
A ternura que eu mesma invento.
Dá-me a alegria pura
De tua simples presença,
No incerto tempo que já me foge.
Basta-me um gesto,
Um sorriso, um olhar,
Sem nenhum acordo
Ou qualquer promessa.
Mas vem, não tardes.
E permanece apenas
Para que eu tenha nesses instantes,
De sobrevida, a eternidade...



Helena Chiarello


3 comentários:

Raquel Oliveira disse...

Vem ... mesmo que for momentos.
Registrar seu olhar seu sorriso e a lembrança se formar como um momento bom pra se guardar.
Lindo!
bjos

Anônimo disse...

Entre tantos,há um verso muito forte e triste: tentando ler nos olhos do outro a ternura por nós inventada... Nosssa! Que lindo! um beijo,chica

Gaivotadourada22 disse...

...que o "chegar" seja pleno e que que essa eternidade seja eternamente terna..., beijos Lê!