[Re]missa

Foto: Helena Chiarello - arquivo pessoal

Da última vez que morri
eu era santa
- e forjada no improvável
me alcei emplumada
no alarde antigo
das minhas crenças rasas

com mãos crispadas
de pecados e dons
não me sustentou
a prece grudada à boca,
o perdão de menos
e o espanto da constatação demais
- e despenhei alarmada
no caos de tudo que me fazia
e me pesava
e me pesava

[e era nada]

Meu D(eu)s,
perdoa-me a finitude!

Da última vez que morri
cheguei atrasada da verdade das asas.


Helena Chiarello

4 comentários:

chica disse...

Que maravilha,Helena! Que bom te ver! Andei afastada, pois Kiko teve outras cirurgias e voltei em janeiro,logo que retornamos à casa! Mas não te vi mais! Fico feliz em te ler! bjs, tudo de bom,chica

Anderson Fabiano disse...

Stella mia,
que bom revê-la produzindo (de novo) coisas tão belas. Estava com saudades de ver suas palavras, sempre próprias, deitadas nesse espaço mágico.
A Poesia agradece!
A comunidade de poetas agradece! E eu, quem sabe, tomo vergonha na cara e volto a escrever poesias e postá-las também.
Amo você, Poetinha.
Barba.

gaivota22 disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
gaivota22 disse...

Maravilhoso e Teosófico, perfeita descrição do que seja um mergulho da alma na matéria....Amei, Amei! V!V!V!Bjs mil minha Amiga do Coração!!!!!